domingo, 10 de dezembro de 2017

Radiohead: Meeting People is Easy

Há um tempo baixei o documentário do Radiohead Meeting People is Easy, por puro saudosismo. Então, dia desses assisti.

Estou me especializando em resenhar documentários, né? rs

Lembro de ter visto ao documentário no Lado B, programa indie da MTV nos anos de 1990, mas eles não passaram inteiro, o doc tem 1h37 enquanto o programa da MTV contava com apenas 1 hora. Então, assisti a uma edição do programa. Nunca tinha assistido inteiro até então, talvez porque tenha pensado na época que era o programa inteiro, o certo é que vi inteiro e infelizmente a gravação que baixei estava com o som fora de sincronia, um crime em se tratando de Ok Computer, que é praticamente toda a trilha sonora do documentário.

Meeting People é sobre a turnê de divulgação de Ok Computer do Radiohead, mais especificamente sobre a parte da turnê em que havia uma comoção com o álbum e com a banda.

Assistir nos anos de 1990, em 1998, 99 era sagrado, era assistir balbuciando as músicas como um mantra, era assistir com toda a vontade do mundo, torcendo para que a turnê viesse ao Brasil e aumentasse meu fanatismo pela banda.

Lembro quando comprei e ouvi pela primeira vez Ok Computer foi simplesmente um cartase, cada som ouvido, cada música era algo divino, era algo mágico e eu estava embebecida com o que meus ouvidos sentiam naquele momento. Cada letra, cada música e eu parecia entrar num  transe. Parece até loucura, mas me lembro como eu ouvia e ficava vidrada com as músicas, em especial por Paranoid Android que pra mim era tudo de novo, de louco, de grande de... de... sem palavras, só sentimentos.
E assistir ao documentário era simplesmente especial e ver fanaticamente a banda viajando por tantos locais e não pelo Brasil, ainda. Era assistir como quem assisti a um culto, uma missa e fica só ouvindo e levando consigo o que havia de melhor, um sentimento de gratidão em poder ver - já que era tão difícil assistir em qualquer outro lugar porque era VHS e teria que comprar um pirata na Galeria do Rock.
Lembro que na edição da MTV terminavam com a cena que Ed O'Brien tenta consolar as japonesas que se despedem deles e ele dizem "Voltamos em 2 anos" e eu só pensava e agente???

A gente só em 2009, mas valeu muito a pena, foi um show inesquecível na Chácara do Jockey, ainda mais que foi um dia depois do meu aniversário. Pulei, cantei, gritei, tirei fotos com meus amigos e foi inesquecível! 


Vendo inteiro agora a Meeting People, assisti com calma, friamente e vi melhor o que a banda sofria com as intermináveis entrevistas para rádios, as intermináveis viagens e até Thom Yorke ser barrado pois não achavam que ele era da banda, apesar que ele estava com Michael Stipes, do R.E.M., acredito que era um show do R.E.M., então.
As intermináveis fotos.

Mas uma coisa eu senti do mesmo jeito, a gravação de No Surprises, o vídeo, senti a mesma aflição que da primeira vez em ver Thom Yorke quase se afogar pra fazer o clipe.

Hoje eu vejo o documentário como uma denúncia de como é estafante a vida em turnê e como é ganhar vários prêmios sem entender bem porquê, pelo menos é a impressão que dá quando falam das premiações. E isso me lembra o Nirvana e Kurt Cobain.
Acho que muitos artistas quando a fama se torna tão grande começam a pensar "calma, aí! quero minha vida de volta!". Diferente de muita  gente que sobe à cabeça.
Meeting People is Easy é sobre isso. É muito fácil conhecer pessoas como diz o título difícil é viver para isso.

Acredito que hoje o Radiohead não sofra mais desse mal o auge da loucura da mídia e dos fãs passou (eu acho), e acredito que o show deles ano que vem aqui seja menos frisson, pelo menos para os que viram em 2009, mas na verdade veremos uma banda madura, que passou por essa loucura e continuou a se reinventar, que continuou em frente, passando por cima de todas a fama frenética que tiveram e que sabiam que era passageira e por isso continuaram na estrada do seu modo com mais cautela e mais sabedoria.

sábado, 23 de setembro de 2017

O Jovem Indiana Jones: nostalgia

Baixei para assistir à série As Aventuras do Jovem Indiana Jones (ou The Young Indiana Jones Chronicles).

Quando eu era adolescente chegou a passar na Globo, mas como sempre, sem continuidade e com grandes cortes (cada episódio tem por volta de 1h30, imagina se a Globo ia passar tudo isso!).

Lembro que passava sempre às quintas-feiras, mas dependia da vontade da emissora, às vezes passavam outra coisa, como jogo de futebol e acabava não tendo, ou seja, a série era mais um tapa buraco do que um programa posto na grade para que as pessoas acompanhassem.

Agora assistindo, descobri que são 22 episódios divididos em 3 anos de produção. Andei lendo sobre o programa e George Lucas  também teve problemas para exibir a série inteira na TV norte-americana, principalmente por se tratar de um programa não só de entretenimento, mas que queria levar informação, educação, a todos. Além da parte histórica tem a parte filosófica e até física na série o que demanda bastante trabalho de pesquisa.

Mas o que mais me chamava atenção era o Indiana Jones saindo da adolescência, claro que era meu queridinho na época e não queria perder nenhum episódio. Ficava chateada quando o episódio era com Indiana Jones menino.

Revendo a série, acho muito legal a parte do Indiana criança (que antes não dei valor), ele era muito curioso e se metia em encrencas muito legais. Hoje acho essa parte muito rica na série.
Também lembrei de algo que não me lembrava mais: como eu "ganhei" um fetiche. Sim! Eu não sabia o que era fetiche, mas tive um pelo ator Sean Patrick Flanery, ele aparecia muitas vezes sem camisa ou camisa aberta com uma corrente que tinha um medalhão, pra mim aquilo era o máximo do sexy! 

A corrente com medalhão era da fase infantil do personagem, ele a ganhava e por isso continuava a levando por onde ia (não vou contar a história do medalhão é longa... só assistindo mesmo).
O fato é que fiquei apaixonadinha e num episódio que ele se apaixona por uma sufragista eu lembro de ficar toda encantada.
Dessa vez assisti sem sentir esse sabor de torcer por um amor e ficar cultivando isso com suspiros, a fase passou e eu assisti mais "fria" ao episódio.

Falando em episódios, antes eles tinham nomes diferentes, nos anos de 1990, era sempre "Verdum 1916", "London 1916", no atual DVD eles aparecem com nomes como "Trenches of Hell".
Não sei dizer ao certo porque essa modificação, deve ter partido do próprio George Lucas o criador e roteirista. Outro roteirista é Frank Darabont, sim, de the Walking Dead.

Quando passaram havia uma sequência fora das datas, ou seja, poderia ser um episódio do menino Indy essa semana e semana que vem do adolescente e na outra semana do menino de novo. Achava muito estranho ser exibido assim, mas olhando no IMDB é essa mesmo a sequência. No atual DVD não, estão seguindo a idade do personagem.

O que senti falta foi do Indiana idoso, ele não apareceu nos 22 episódios e nem a narrativa feita por ele, o que acontecia anteriormente (ou eu sonhei com isso), mas era um senhor com um tapa olho, isso era...

Assisti a tudo e posso dizer que depois que ele volta da guerra perde a graça, não é tão legal, apesar dos encontros com famosos que continuam a acontecer. Sim, todo episódio há um personagem, uma figura histórica que se encontra com Indy, seja criança,  seja adolescente quase adulto.

Uma surpresa é Harrison Ford num dos episódios lembrando o tempo que tinha 20 anos.

Vale muito a pena rever a série, é muito bem feita e muito interessante e finalmente matei um vontade de mais de 20 anos de vê-la inteira!


P.S. Esqueci de falar das locações: são um espetáculo a parte! Com certeza se gastou muito e talvez por isso George Lucas tenha sido tão cobrado pela TV norte-americana que exibiu o programa.
Para mim, em particular, o melhor foi rever Praga, bateu uma saudade grande aqui, coisa que não aconteceu, por exemplo, com Londres, onde morei (para quem não sabe).

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Oasis, eu sou grande fã e nunca percebi: Oasis: Supersonic

Assisti ao documentário Supersonic do Oasis e o que mais veio à minha cabeça é como os anos de 1990 foram foda!

Além de ver um filme, passou outro na minha cabeça, Oasis foi uma das bandas mais legais da História e eu nunca me dei conta que fui fã deles. Tenho todos os cds, tenho b-sides, fui a show e nunca os considerei tanto depois de ver esse especial.

Minha história no Britrock começou com o Blur, em 1995 ouvi End of a Century e eles se tornaram a banda de cabeceira, a banda de coração. Tudo no meu mundo girava em torno do Blur. Assistia à MTV Brasil e programava até o vídeo cassete para gravar clipes do Blur. Tinha fitas com muito material que passava na TV e assim ia sempre tentando convencer os amigos da melhor banda de todos os tempos.

O Oasis apareceu discreto na MTV, vendiam a banda como arrogantes, querendo ser os novos Beatles e isso eu questionava muito, se eram ou não, ao invés de questionar a emissora por fazer essa comparação. Aos poucos o Oasis entrou em minha vida. Da birra com o Blur eu não levava a sério, sabia que era só para vender jornais e revistas e fazer alarde na MTV, ter o que falar.

Minha relação foi de respeito à banda e sem perceber comprei todos os CDs deles, sem perceber eu era fã, não a que gravava tudo deles, mas tenho em alguma fita até hoje Wonderwall gravado, o clipe, em algum lugar. Era fã, ouvia todos os CDs à exaustão, decorava letras, mas sempre de forma sutil.

Engraçado como percebi isso só agora...

Fui ao último show deles aqui no Brasil e se percebia a falta de entrosamento entre os irmãos Gallagher, lembro da chuva no show do Cachorro Grande e esperávamos que no Oasis não chovesse  tanto, mas o som do Anhembi é um lixo e desde esse show nunca mais fui a show lá. Se não for pista vip para ver e ouvir de verdade, não adianta ouvir super mal na pista pobre, já que se ver é difícil.

O documentário me trouxe todo o período que eu era feliz e não sabia: os anos de 1990, com tantas coisas legais que aconteceram no mundo, principalmente, do Britrock e Britpop.

Aquela comoção pelo Oasis que se vê nos primeiros anos, não ocorreu aqui, a ficha caiu um pouco depois, talvez em 1996 com Wonderwall e não já em 1994. A primeira vez que os vi na MTV já foi em 1995 e ainda se falando se eles seriam os novos Beatles e tal.

Eles só vieram tocar aqui em 1998 e aí surgiu a legião de fãs. Deveriam existir fã do comecinho, é claro, mas o boom rolou com esse show no Sambódromo.

Hoje, com certeza, não se vê o Oasis como novos Beatles, eles foram únicos, como foram os Beatles, cada um tem sua presença, cada um teve seu tempo. E o tempo do Oasis eu vivi enquanto dos Beatles, esse é da minha mãe.

Ver os fatos narrados por eles próprios e saber como aconteceram de verdade é a parte mais interessante do documentário, mas a nostalgia é grande pra quem assisti.

São duas horas de documentário, quase, e quando se chega ao final tem-se vontade de que continuasse, de tão legal que é. Afinal, só cobre os três primeiros anos da banda e não o todo e 3 anos em duas horas já é um extenso material. 

Esse material é particularmente incrível, é histórico, cenas caseiras de gravação de disco, cenas nas turnês, material inédito e que só dá mais credibilidade ao documentário.

Ao assistir fiquei pensando em quanto fui fã do Oasis, e quanto a banda era boa, boa não, amazing! Quanta saudade daquele tempo e quanta saudade do Oasis. 

Se eles voltam um dia não sei, mas foram anos incríveis e inesquecíveis.

P.S. a última música que toca no documentário é uma das minhas favoritas: Masterplan. Uma verdadeira obra-prima! 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Da tietagem à descoberta

Eu tenho ímpetos adolescentes de vez em quando, um deles é tietar atores. Tietar como adolescente de querer ver filmes e até usar a foto do ator na capa do Facebook. Foi o que fiz.

O ator no momento é Gerard Butler que considero um deus grego, quer dizer, só em "300" ele é, né? Brincadeira... um deus escocês que adoraria ver de kilt perto de mim! Meu momento adolescente...
Voltamos ao normal e continuamos.

Ele não é o único ator que pode ser meu alvo nesses momentos de deslumbramento adolescente, pode ser Michael Fassbender, por exemplo.
Johnny Depp perdeu o reinado quando bateu na mulher.

Dessa tietagem fui procurar uma série pra assistir que se chama curiosamente "The Young Person's Guide to Becoming a Rock Star", imaginei que seria engraçado, ainda mais por ser de 1998. Fui procurar e nada de achar para baixar torrent, as informações eram poucas e nada nos sites de venda de DVDs e afins. Achei no Youtube a série completa que uma moça teve a bondade de colocar em partes.
Até aquele momento era só para matar a curiosidade de ver Gerard Butler em começo de carreira, mas já nos primeiros segundos da série vi que ia ser muito melhor do que esperava!
Um grupo de amigos de Glasgow que cria uma banda e tenta fazer sucesso, mostra como tentam arranjar um empresário, o problema de dinheiro e até a ida dos escoceses a Londres para fechar contrato e conhecerem pessoas do naipe de Noel Gallagher.

Não, Gerard não faz parte da banda, aí que está o mais engraçado, ele aparece em 3 dos 6 episódios e eu não senti a falta dele, mas o personagem dele é muito divertido (é um integrante de boys band de fama internacional). A série é divertida apesar da dificuldade que tive com o sotaque forte escocês (não gosta? aguenta!), a legenda do Youtube mais sugeria coisas erradas em inglês do que eles realmente falavam.
Lembrar todo esse tempo da Britrock foi muito legal, a série dá uma nostalgia, mas valeu a pena ver em pedaços no YT e tentar entender o inglês da Escócia.

Deixo vocês com a primeira parte e vejam se não é divertida, essa músia do Dr. Hook não sai mais da minha cabeça! rs (e eu nunca tinha ouvido essa música ou banda rs)


domingo, 28 de maio de 2017

Perception

O seriado Perception só teve 3 temporadas. Acredito que tenha sido por baixa audiência nos States.
Infelizmente a série tinha tudo pra dar muito mais do que um simples roteiro de série basico: policiais desvendando um crime com direito a momentos no tribunal.

Não era só isso, o importante da série estava no detalhe, na interpretação de Eric McCormack e seu professor universitário Daniel J. Pierce, que não tem como detalhe ser professor - apesar das melhores falas da série terem sido em suas aulas -, mas sim sua esquizofrenia e é desse modo que ele desvenda os crimes que acontecem na série.

No começo você pensa: é só um estalo no melhor estilo House, mas não é, é um pouco mais, conforme você vai assistindo a série. No começo você também pensa: é só um casalzinho romântico que demora a se dar certo e também não é, porque Daniel acaba abrindo mão da vida amorosa por conta da esquizofrenia.

Teria muito mais de um drama, o drama de um homem de meia idade que não quer tomar os remédios que são dirigidos a ele e prefere ter alucinações com personagens (até famosos) e ter um ex-namorada que vem de sua alucinação desde os 20 anos de idade... o drama de alguém que tenta ser feliz apesar dos pesares ou pelo menos estar equilibrado.

A série chamou muito minha atenção exatamente por esse lado do Dr. Pierce, um lado humano, de alguém que quer estar bem, mas vive boa parte do tempo lutando contra alucinações e transtornos de ansiedade. Senti uma certa identificação, apesar de não ter os mesmos sintomas que ele.
Engraçado como ele se dá bem na sala de aula e, ao explicar mecanismos biológicos do nosso cérebro (ele é neurocientista) e sempre trazer para a vida lições interessantes de como viver bem ao alunos.

O mecanismo intrigante do cérebro e como nossos sentimentos agem através dele sempre mostrava coisas novas a saber mais sobre nós, a saber sobre a nossa vida e como o cérebro é tão importante nas nossas atitudes, isso era o que mais gostava na série e os 90 % do roteiro eram bonitinho com um novo casal que se formou (talvez pra dar audiência) e os casos resolvidos do FBI.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

Achei esse rascunho aqui e publico agora

Na estrada de minha casa há um pasto. Dois cavalos vivem lá. De longe, parecem cavalos como os outros cavalos, mas, quando se olha bem, percebe-se que um deles é cego. Contudo, dono não se desfez dele e arrumou-lhe um amigo - um cavalo mais jovem. Isso já é de se admirar. Se você ficar observando, ouvirá um sino. Procurando de onde vem o som, você verá que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor. Assim, o cavalo cego sabe onde está seu companheiro e vai até ele. Ambos passam os dias comendo e no final do dia o cavalo cego segue o companheiro até o estábulo. E você percebe que o cavalo com o sino está sempre olhando se o outro o acompanha e, às vezes, pára para que o outro possa alcançá-lo.E o cavalo cego guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo. Como o dono desses dois cavalos, Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos, ou porque temos problemas ou desafios a enfrentar. Ele cuida de nós e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos. Algumas vezes somos o cavalo cego guiado pelo som do sino daqueles que Deus coloca em nossas vidas. Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outros a encontrar seu caminho. E assim são as pessoas que Deus coloca nas nossas vidas. Talvez você nem enxergue, talvez não perceba, mas estão lá. Então... Viva de maneira simples, Ame generosamente, Cuide com devoção, Fale com bondade... E confie, deixando o resto para Deus...

terça-feira, 7 de março de 2017

Como diria Aretta Franklyn: Respect!

Sei que não sou a pessoa mais fácil do mundo de se lidar, mas também não acho que seja a pior. Sei que tenho muitas limitações e pensamentos erráticos, mas nada disso desculpa a falta de respeito comigo.

Acho que se alguém não gosta de mim deveria me tratar friamente a todo momento, não dando indícios de que me acha legal, não adianta fingir, uma hora a coisa explode e dessa vez explodiu na minha família.
Percebi, finalmente, que não devo levar tão a sério a maioria dos meus parentes. Levava muitos a sério e os considerava até o momento que cai na real. Vi que realmente eu não faço tanto a cabeça deles. Quer dizer, eu não sou tão querida quanto queria e nem vou ser. É uma coisa que tentava mudar a todo custo, mas o que adianta? Me esforço tanto e nada. Nenhum agradecimento, nenhuma gratidão, nenhum sorriso fraternal ou amigável. Nada, nada, nada. Somente frieza, crueldade e uma porção bem dosada de perversidade em me fazer sofrer.

Sofria porque estava pensando como minha mãe: deixa pra lá se fizeram desfeita comigo, imagina, vou continuar legal com eles, são minha família! 
E ia levando tudo isso mais pela minha mãe do que por mim e agora que adoeci começo a perceber melhor que não posso ficar sendo capacho, se minha mãe aceita esse papel eu não posso mais aceitar. Não pretendo mais levar eles a sério e muito menos os ver: não me fazem falta e toda vez que os encontro eu levo uma direta do tipo "você não tem marido, você não tem filhos, você não tem dinheiro, você não  tem carro, você não tem nada que possa nos agradar". Eu não tenho status.
Se não tenho status e não ligo para isso não vou mesmo ser aceita, nada do que fizer será bem visto e, também, porque fazer algo para ser bem vista? Não vou ser nunca!

Não vou mais sofrer por ouvir humilhações, não vou mais sofrer por me sentir deslocada, não vou mais sofrer por não fazer o bastante. Não vou mais sofrer por eles.
Eles não sofrem por mim ou pior: eles não dão a mínima para a minha existência!
Eles não tem respeito por mim, nenhuma preocupação comigo, nada, absolutamente nada. 
Parece que eu só sou um ser que invade uma festa e a todos incomoda.
Não vou mais incomodar ninguém e assim não ser mais incomodada com o desprezo de todos.
Serei livre, finalmente, livre!

A Little Respect to me!

sábado, 4 de março de 2017

Os shows que vi - parte 13 : 2016

2016 começou com nada mais nada menos que os 120 Stones (Estádio do Morumbi, 24 de fevereiro), mas antes foram os 119 - Titãs que só vi o finalzinho graças a um trânsito monstro e a chuva... ah, a chuva... estava inclemente no show do Titãs, tanto que mal deu pra tirar fotos. Mas dos Rolling Stones tirei várias! Fiquei na ala vip e me diverti vendo aqueles senhores com um fôlego muito maior que o meu!




 


Demorei a ir a outro show, não fui ao Lolla, não tinha nada que me interessava para me desabalar até Interlagos e assim, só em junho, 26, estive na praça da Força Expedicionária para ver o show 121 Nivea Viva - Rock Brasil 60 anos, com show de vários artistas como Paralamas do Sucesso, Paula Toller e Nando Reis que fizeram o papel de cicerones. Um show muito legal, com um telão mais intenso e incrível, show que abarcou todas as épocas no Brasil. Muito bom!
Cantei demais todos os nossos clássicos do rock!

Marjorie Stiano porque Pitty estava grávida




Dado Villa-Lobos também esteve lá

Fiz uma coisa que nunca fiz: fui ver uma cantora da nossa MPB, Maria Bethânia 122, no Sesc Itaquera, 21/09, uma novidade para uma roqueira, mas foi um show lindo, com amigos e com uma mulher que tem uma presença de palco, uma versatilidade... uma diva!





Como podem ver, foi um ano bem atípico em se tratando de Menina Enciclopédia rs só fui a outro show em outubro, 21, no Tom Brasil (Best of Blues), porque ganhei num concurso de frases ingressos para o show do Jamie Cullum, 123.
Não encontrei ninguém para ir comigo! Fui sozinha, mas me diverti muito porque o Jamie é incrível! Além dos instrumentos todo que ele toca, ele ainda faz beatbox!!! O cara é fantástico, fiquei deslumbrada com a simpatia desse inglês!


O ano foi mais cheio de shows no finalzinho, assim, vi novamente New Order 124, no Espaço das Américas, 01/12.
Achei que o show do Lollapalooza foi melhor, foi mais conciso, com mais hits e mais Joy Division.


E pra fechar, foi a vez de Chris Cornell - 125 - com um show intimista no Credicard Hall, 12/12, de cadeirinha para a plateia e para o cantor que fez versões ao violão de suas ex-bandas (Temple of the Dog, Soundgarden e Audioslave) além de músicas solos e covers, como de Bilie Jean, do eterno Michael Jackson.
Delícia de show! Só não foi melhor porque tinha duas bêbadas na minha fila e elas não paravam de falar o show todo, quando não cantavam como loucas...

Brian, o violoncelista deu um show também

E assim foi 2016, vamos ver o que me aguarda 2017, já vi um show rs

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A dor que ninguém percebe

Quantas vezes você pensa que está bem, que tem total segurança de si e na verdade você se enxerga de forma errada?

Isso acontece com quem é depressivo, o depressivo cria uma imagem de si e do mundo desfocada, acredita num verdade que existe e por isso sofre, por acreditar piamente nesta verdade que é só dele e não a verdade propriamente dita.

Isso vem acontecendo comigo há muito tempo e só hoje soube disso.
Sou depressiva mista, como a psiquiatra me diagnosticou e meu diagnóstico estava errada há 10 anos, quando comecei a fazer tratamento psiquiátrico para depressão.
Fui diagnosticada com depressão "normal" ou clássica. Aquela que a pessoa fica ali parada, sem ação e sem reação a nada. O que nunca fui, mas quando fui a primeira vez ao psiquiatra eu deveria estar. Estava prostrada, no fundo das minhas forças, só chorava e dormia, não conseguia comer e quando fui ao médico disse a ele: por favor! eu não aguento mais! faça alguma coisa, pois não estou suportando!

O desencadeamento disso tudo foi um fim de relacionamento não muito bem estruturado e ainda, meses antes, eu havia sido vítima de uma ameaça de morte enquanto dava aula para crianças da antiga 5a. série (hoje sexto ano). Soma-se tudo isso a uma infância e adolescência desajustadas, com um pai alcoólatra e controlador, podador. Uma hora iria tudo explodir e foi há 10 anos que tudo explodiu quando aquele cara que pensei que me amava tanto e que parecia ser o cara certo pra mim simplesmente sumiu porque se interessou por uma garota totalmente oposta a mim e ao que ele dizia gostar em uma mulher.
O sofrimento foi lancinante, tudo que aos meus olhos parecia certo, estava errado (e nem era ainda os olhos de uma depressiva), o caso é que eu sofria muito e fui diagnosticada com depressão leve.

Essa depressão leve, por mostrar as características do que eu sentia naquele momento, esconderam, acredito, o verdadeiro diagnóstico, o de depressão mista (com espectro bipolar) e isso só vem me prejudicando até hoje.

Depois de anos a fio sofrendo e não vendo melhora, vendo muitas coisas darem errado, pensar coisas erroneamente sobre meus amigos e só me frustrar com a 3a médica que me tratava e não modificava nunca meus remédios, por mais que eu dissesse que não me sentia bem, que sofria, que nada me dava prazer, que comia compulsivamente e minha estima ia lá embaixo - porque uma garota de 58kg se transformou num balão de 76 kg - e não conseguia se amar e achar que alguém pudesse amá-la verdadeiramente porque tem muito medo de sofrer de novo, de voltar ao sofrimento inicial e de não se boa o bastante para ninguém; acordei. Na verdade, um amigo me acordou e me indicou uma nova médica.

Na consulta de hoje descobri que sou mista e que esse espectro bipolar não quer dizer que sou bipolar, mas que não tem uma reação só (ficar deprê) eu também me zango, fico revoltada, saio xingando e reclamando de tudo e todos; às vezes torrava meu dinheiro em box de séries que nem assisti e livros que nem li. Tudo um destempero que o "depressivo clássico" não tem, mas eu tenho. Daí esse "mix" da depressão.

Ao ouvir a médica me explicar tudo e eu relembrar que sim, eu muitas vezes pensei muito errado de mim e dos outros; sim, eu muitas vezes me enfureci na minha frustração com as coisas que não aceitava e não levava desaforo pra casa; eu percebi que passei os últimos 10 anos (ou até mais, antes de ser tratada de alguma coisa) brigando comigo e com os outros e quanto mal fiz a mim e as pessoas mais queridas que estavam ao meu lado.

Tudo isso porque não fui diagnosticada da forma correta e nem tratada da forma correta. Hoje tenho labirintite graças ao erro médico, assim como um sono em excesso e minha enxaqueca que não melhora, tudo porque não fui tratada adequadamente. E a médica disse que isso poderia até piorar, eu poderia virar, sim, uma bipolar verdadeira ou ir pra outras doenças psiquiátricas piores.

Pensei muito nisso tudo e me deu vontade de escrever pensando exatamente que um monte de gente pode estar se tratando agora de forma errada e nem sabe. E o sofrimento continua.
Gostei muito da médica, pois ela me fez várias perguntas de várias coisas que realmente eu sinto e parecia que ela adivinhava (isso se chama muito estudo e prática) e também me tratou com humanidade, o que é difícil nos médicos em São Paulo (meu irmão diz que no Rio eles são muito mais atentos).

Saí de lá aliviada, pensando que vou enxergar talvez como nunca enxerguei o mundo, assim que a medicação fizer efeito e essa for a certa pra mim. Isso me deu muito mais esperança na vida, de realmente acertar as coisas e não fazer tantas besteiras por ter pensamentos, julgamentos e ações erradas sobre mim e sobre os outros.
Tudo isso me causa um sofrimento grande, tenho sofrido nesses últimos 10 anos por estar sendo "destratada" e por não saber direito o que é que eu tinha. Agora me sinto confiante para mais coisas na minha vida, para ter projetos concretos e talvez perder o medo da vida.

Imagina o que é sofrer anos por medo da vida e por vê-la através de um óculos embaçado?
Eu sei e muitos também sabem e espero, que como eu, encontrem um profissional que realmente os ajude.