domingo, 30 de outubro de 2016

Duas séries, uma postagem

Ia fazer apenas a postagem sobre Arquivo X que revi inteira, inclusive os episódios novos, mas terminei de ver Mad Men também... então vou falar dos dois...

Arquivo X

Sou fã de Arquivo X desde os tempos em que era exibida na Record, em 1995 ou 1996, não lembro exatamente que ano começaram a passar a série que começou em 1993 nos States.

Virei fã de tanto uma colega da faculdade falar e comecei a assistir e não parei mais. Perdi muitos episódios porque a Record mudava constantemente a grade de horário e a série era jogada de sexta às 10:30 para meia-noite ou para domingo às 21h, por exemplo... os horários foram modificados de forma irritante e mesmo assim me mantive atenta e tentando perder o menos episódios possível... Mas perdi muitos ou era obrigada a ver pela metade, pegar no final... vocês não têm ideia de quantas vezes fiquei extremamente irritada ao ligar a TV no horário da série e ela estar acabando, pegar os créditos finais... morria de ódio!!!

Muitos amigos meus assistiam pela TV paga que estava começando no Brasil e as únicas empresas, na época, só trabalhavam com cabo e no meu bairro não chegava... Quando chegou as empresas por parabólicas eram muito caras... não era essa facilidade e acessibilidade que é hoje e tinha que engolir o choro e aguentar a Record, mandei e-mails sem sucesso para lá...

Então, há dois anos comprei o box completo, por quase metade do preço na OLX, e estava sem tempo para assistir porque estava fazendo uma nova faculdade. Terminei, me libertei para ver a Arquivo X, tudo. Como iriam lançar a temporada nova, considerada a décima, decidi que primeiro veria tudo até chegar, cronologicamente, na décima temporada.

O legal de se ver de novo é ver com mais crítica ao seriado depois de anos, acho até que entendi melhor até as teorias de conspiração de Mulder (talvez por perder episódios na Record isso quebrava minha linha de raciocínio...) e ver as coisas por outros ângulos.
Por exemplo: tentei perceber quem se apaixonou por quem primeiro rs se Mulder ou Scully e acho que assim tive uma compreensão mais profunda dos personagens.
Acho que foi o Mulder, mas a Scully era fechadona para mostrar os sentimentos. E ainda mais por ser uma mulher no meio de tantos homens. 
Percebi que havia esta questão na série: como era ser a única mulher trabalhando como agente especial do FBI e não ser muitas vezes aceita por isso por outros oficiais, principalmente de menor patente...
Havia essa questão sendo mostrada e eu nunca tinha me dado conta disso há quase 20 anos... 
Mulder não ligava para sua reputação, Spooky Mulder, se era mal ou bem visto para ele tanto fazia, a obsessão por descobrir conspirações e o que aconteceu a sua irmão Samantha eram mais importantes, o FBI para ele era o local que facilitava a tentativa de ele encontrar respostas.

Os episódios, apesar dos anos passados, continuam muito bons! Reconheci muita gente hoje famosa sendo apenas figurante em The X-files.
O episódio que gera um fechamento para a questão do sumiço de Samantha fez com que eu me emocionasse, exatamente como há tantos anos...

Não senti o mesmo medo que sentia de alguns episódios (eu gravava, sim, no vídeo cassete rs) e assistia sempre de dia. Meu maior medo era o monstro do esgoto que tinha posto o apelido carinhoso de Hebe Camargo (é, eu a amava!).

Assisti aos extras, infelizmente não são todas as temporadas que contam com extras, por exemplo, a última temporada ou 9a, não tem uma linha de extras além de cenas cortadas... uma tristeza porque você não tem um "good bye" da equipe toda, nem nada....

Os episódios novos foram bons se você se lembra bem de outros personagens de alguns episódios e tudo mais, fazem homenagem ao diretor Kim Manners que faleceu em 2009 e trabalhava nos últimos tempos em Supernatural.
Assisti sem nostalgia ao décimo episódio pois tinha acabado de ver todo o resto rs (vi os longa- metragens na ordem também Fight the Future, 1998 e I want to Believe, 2008).

Claro que você percebe o envelhecer dos atores e parece não fazer mais sentido eles lutarem pelas mesmas coisas... apesar dos anos passados... mas houve um envelhecimento dos personagens também.

Agora um spoiler se você nunca assistiu a série ou não chegou ainda na 8a temporada.

O que eu não consigo engolir e talvez a maior dos fãs também não engula e a história do William, filho do casal, primeiro, eu não engoli não ter nenhuma cena que indicasse que fizeram o filho rs segundo o fato de a criança ter sumido na trama, ele foi adotado por uma família. Esta nova temporada dá uma indicação que Scully também não engoliu o fato e que talvez, se houver novas temporadas, algo pode acontecer....

Foi muito bom rever a série por um novo ângulo, pelo meu envelhecimento também, não só o deles, talvez tenha compreendido mais coisas até por isto.

Mad Men 

O drama da AMC entrou na minha vida com uma questão: vamos ver se é legal... não me lembro exatamente porque a escolhi ver, acho que por tanta crítica positiva à série.
Foi difícil ver a primeira temporada, tive que abstrair, quer dizer, tive que pensar que eu também estava em 1960 e entender a cabeça dos homens daquela época, não que seja muito diferente do que hoje, mas hoje eles não mostram sua canalhice tão aflorada como podiam naquela época de glamour aos machos que se sentiam e eram, na maioria das vezes, alfa daquele época.

O que mais me surpreendia era sempre o jeito canalha de todos com as mulheres e como as mulheres tentavam sair do padrão "moça de família - dona de casa" que era as únicas boas opções dadas a nós.
Foi difícil acompanhar até me acostumar com isso e perceber que era uma crítica à época, como os homens não se importavam em falar mal das mulheres na cara de outras e se sentirem deuses do Olimpo porque trabalhavam fora e sustentavam suas submissas e deprimidas mulheres (a primeira esposa de Don mostra bem isso, como as mulheres deviam se manter fúteis, era uma obrigação).
Depois, com o passar dos anos a série também mostra a questão do racismo, do homossexualismo e os direitos civis ganhos com Martin Luther King.
As mortes do reverendo King, Kennedy e Marilyn Monroe são destaques de episódios.

A última temporada, apesar de mostrar o homem chegando à Lua não foi tão impactante com outros fatos da época.

É um Anos Incríveis adulto, o que Kevin via pela sua ótica infantil, Don Draper (Dick) via por uma ótima da selva de pedra da Maddison Avenue, em Nova Iorque.

Don Draper, na verdade Dick Whitman, é um homem atormentado, é dessa forma que vejo o personagem, atormentado por seu passado. Filho de um sitiante e uma prostituta, ele realmente é o filho da p*** rs, é criado pelo pai e pela madrasta e depois de se sentir a vida inteira como um estorvo resolve ir pra guerra da Coréia. Lá tem um oficial acima que morre e Dick troca de identidade com ele, ou seja, Dick Whitman volta morto para a família infeliz e Don Draper vai tentar vida nova com o novo nome.

A série permeia os fatos atuais do que acontece no escritório de publicidade em que Don trabalha com as lembranças de Dick.

Não adiantou mudar de nome e de vida, apesar do grande talento de Dick (Don) ele nunca é feliz, nem com dinheiro, mulher fútil e filhos. Ele e os outros personagens vivem sob a pressão dos anunciantes e vivem assim bebendo e fumando muito!!
Outra coisa que muito me impressionou! Como os homens daquela época bebiam e fumavam no trabalho! Don aparece frequentemente bêbado e acabado.
O mais engraçado que um personagem que é considerado alcoólatra é mal visto por todos e perde até o emprego, mas todos são alcoólatras ali... o outro só não conseguiu se manter sóbrio por algumas horas, como os outros.

As mulheres, as secretárias são como mães que fazem tudo que os filhos mimados querem, seu chefes. Pegam mala, paletó, como se fosse obrigação delas tomarem conta do homem ali imposto na chefia. Não tem visão própria até aparecer Peggy Olson, secretária gorda e feia que se transforma na série e se torna um deles (tem que dançar conforme a música e se assexualizar para lidar com as brincadeiras machistas), como redatora de criação de publicidade. Ela ganha seu espaço, mas a duros preconceitos e muito machismo. Assim como Joan Harrys chefe das secretárias que se torna sócia da empresa publicitária, mas ainda assim só é vista como uma reles subfuncionária.

Peggy também tem um filho, de um dos diretores da empresa, mas não diz a ele e deixa com a mãe para ser criado como um irmãozinho (foi o que entendi ou não foi isso?). Não apareceu mais na série, e esse drama da personagem não é tão explorado como eu acho que deveria. Nem a família dela aparece mais, ela vai morar sozinha no Brooklyn, se não me engano.
Mais um caso de filho indo pra adoção que não é explorado... e eu sempre pensando como ficaria a cabeça de uma mulher nos anos de 1960 que tem que abrir mão do filho para nadar com os tubarões da publicidade.

O final, pra mim, foi tão fraco como o de Arquivo X (ou o que até pouco tempo era o final de arquivo x). Os tormentos de Don parece que finalmente se vão, parece que ele se encontra - talvez seja isso que a propaganda final da Coca-Cola quis dizer...

Eu pensei que como na penúltima temporada, Don tinha ido com os filhos ver a casa onde viveu, quando era Dick e que isso modificaria algo na trama, mas o último ano começa sem uma única menção a essa visita...
Dick se encontra, mas achei tão fraco o final... achei que faltaram alguns episódios mais profundos para dar o final que deram, parece que terminaram na correria.

Ah, se não fosse a propaganda da Coca-cola... ganharia fácil o prêmio de mais um final idiota de série...



Não quero dizer que a série é ruim, é muito boa, a trama é muito bem feita, só acho que o último ano não se explorou mais questões que poderiam ter tido maior destaque.

sábado, 1 de outubro de 2016

Os shows que vi - parte 12

Ano de 2015 foi o ano que voltei a assistir festival fora do Brasil, dessa  vez o Lollapalooza no Chile...
Antes disso teve Foo Fighters no Morumbi, em 23 de janeiro, com as aberturas...

101 - Raimundos - nunca tinha assistido um show deles e foi muuuuuito bom relembrar um parte dos anos 90 com meus 20 anos... cantei todas pulando, muito show!

102 - Kaiser Chiefs - eu já os tinha visto no meu primeiro LollaBr, foi muito legal ver um pequeno show deles para um plateia animada que não parecia conhecer tantas músicas como eu rs

103 - Foo Fighters - quis os assistir no Brasil para ver como a vibe seria. Claro que foi muito mais divertido. Momentos românticos com pedido de casamento na plateia (aquilo foi combinado, né?), muita irreverência do sr. Dave Grohl e muitos momentos de sonzeira, ou todos rs adorei!

Em março fui ver o Lolla no Chile com uma amiga, vimos que nossas bandas preferidas ficariam num mesmo dia no Chile, diferente da escalação daqui do Brasil em que separava as bandas e decidimos nos aventurar por outras playas...
O que foi muito bom pois o Santiago é uma cidade muito acolhedora e limpa, passeamos tanto nos dias anteriores ao show que no domingão do Lolla estávamos era mortas de cansaço rs não faço mais isso rsrs da próxima vez, vou primeiro no Lolla e fico outro dias DEPOIS passeando pela cidade e outros pontos...

Primeiro ponto: o show é num parque, Paque O'Higgins, que fica do lado do metrô, não tem como achar mil vezes melhor ir até o Chile ver o Lolla do que ir até Interlagos, acho que pra quem não é de São Paulo seria uma escolha ainda mais acertada já que irá gastar de qualquer jeito com transporte e estada.
O parque é enorme e muito, muito tranquilo, o povo no Chile assistia até sob a sombra das árvores aos shows, na maior tranquilidade, sem tumultos na entrada, apenas uma pequena fila, mas tudo muito invejável.
sol quente!

Pouco mais de duas da tarde e o sol estava a pino em Santiago, fomos ver os 104 Specials que não tocaram no Brasil e foi muito gostoso apesar do sol escaldante em nossas cabeças. Show de ska dos melhores de uma banda veterana querida.

Em seguida fomos ver o 105 - Alt J que eu gosto bastante, mas com meu cansaço dos dias de passeio não aguentei o cheiro da maconha e tive que sair de perto do show...

Fomos ver onde seria o show do Interpol e vimos o show das meninas do 106 - The Last Interlationale, tocavam muito bem, mas eu não as conhecia... daí fomos andar e repara
mos que até a fila das fichas e da comida era muito menor que em São Paulo - o que acontece????

Fomos pro show do 107 - Bastille que foi animadíssimo com direito até a cover de "the rhythm of the night" da Corona rsrs muito boa! todo mundo cantou e pulou junto rs além de Pompeii, é claro... Foi um dos shows mais disputados do Lolla.
No mesmo palco chegaram os britânicos do Kasabian (108) que eu estava loooooca pra ver! Anos tentando ver um show deles e valeu muito a pena apesar do meu cansaço, tirei tênis, meia, e fiquei na grama dançando com eles, como a maioria fez. Super cool, super viagem!
Ah! tirei foto com o Sergio Pizzorno no aeroporto :P



E quando o sol estava se pondo um show fabuloso! Clássico! Icônico! Robert Plant! 109
Robert cantou clássicos e novas músicas com uma animação invejável, quem diria que um cara tão "muso" poderia ser tão simpático e humilde? Um cara simples e animado! Um show realmente lindo com o pôr-do-sol como cenário. Imagine Going to California como ficou maravilhoso!!!!



Ficamos no meio da grama só curtindo a vibe...

Daí minha amiga e eu nos dividimos, ela queria ver Kings of Leon e eu Interpol, marcamos lugar para nos encontrar e antes comemos um cachorro quente chileno e, sem querer pus um mundo de pimenta no meu lanche pensando que era catchup... comecei a passar mal de tanta ardência e fui pro show meio tonta...
Comecei a ter dores de estômago e mal conseguia olhar para o meu querido Paul Banks e seu Interpol, 110 . Estava super perto da banda e via super bem, mas o cheiro de cigarro e  maconha me deixavam ainda pior e não conseguia me manter e a bateria da minha câmera descarregou... não pude tirar mais foto além do celular, que foram péssimas fotos...

Chegou um momento que passei tão mal que acabei cantando as músicas do Interpol dentro de um banheiro químico, sério! Hoje, quando ouço músicas deles eu me lembro de cantar no banheiro, literalmente... aquela pimenta deixou sequelas... pensei que  teria que ser levada embora pro pronto socorro ou algo assim, mas consegui melhorar e ir embora numa boa. E só não chegamos no hostel cedo porque erramos a saída do metrô da estação onde estávamos hospedadas rs mas nunca vi tanta tranquilidade para ir num Lollapalooza.

Em junho, 21 e 22, teve a Virada Cultural e vi o  111 - Thiago Abravanel cantando Tim Maia, o cara puxou pro avô: excelente jogo de cintura no palco e animou todo mundo!
Vi também o 112 - Lenine, mas não todo o show porque já era bem tarde estava com sono rs

Isso no sábado, no domingo teve o Festival Cultura Inglesa e vi com amigos 113- The Trypes que parecia ser uma banda entre The Vines e One Direction rsrs a molecada foi embora depois deles rs
Debocharam da Amy Winehouse
Depois, tive o desgosto de ver  114- Gabi Amarantos estragando todas as músicas que tentou cantar e ainda se gabava que namorava um inglês: meus pêsames, querida! e só por isso ela deve ter sido convocada para o show... porque foi uma gozação (a meu ver) a cada música que ela tentava cantar... o pior era que tinha gente cantando as músicas ridículas dela... foram embora, graças a Deus e pude ver  115 Johnny Marr mais de pertinho!
Como era de se esperar, foi um showzaço com direito a cover do Depeche Mode, músicas novas e muito Smiths! Cantamos muito com ele e ainda no final encontrei outros amigos no meio do povo! Muito bom! Muito emocionante para fãs dos anos 80.

Pulamos agora para outubro, 10, minha amiga de Lollas veio para vermos a primeira banda da qual me lembro ter sido fã: A-ha (116) no Espaço das Américas.
Se Johnny Marr foi inesquecível, imagina ver esses 3 caras que habitaram minha vida desde a adolescência? Um sonho realizado de pertinho, na ala vip, claro porque não dava para ser de outro jeito!

Mas não basta ver somente A-ha, e Johnny Marr tem que ter outro ícone! 2015 foi o ano dos ícones e fui ao show nada menos que do bardo, do único e muso: 117 Morrissey!!!!
Assisti com uma amiga que precisa de lugar especial e conseguimos na compra de ingressos sermos a primeira fila. Porque um dos shows em São Paulo, no Teatro Renault, seria em cadeiras. Estávamos totalmente ansiosas e mais do que felizes ali, na primeiríssima fila quando o show começou, fãs mal educados invadiram e quase derrubaram minha amiga, ninguém queria deixar ela ficar na frente para ver o show e subiram até na scooter dela... eu tentava falar com as pessoas, gritar na verdade e ninguém tirava os olhos do Moz... os seguranças foram um fiasco porque todo show que assisti de cadeira ninguém invadiu lá no Credicard Hall, ou citybank hall hoje. 
Foi com decepção que vimos o show inteiro tentando assistir de onde seria nosso lugar com aquela orla de orcs desumanos. Rasguei a camisa de um cara com quem eu tentava falar, sem sucesso, para ele ver do lado dele a minha amiga. E a segurança nada... vieram depois só pedir pras pessoas deixarem que ela ficasse na frente. As coisas da minha amiga caíram e tentei pegar no meio daquela turma... foi muito frustrante ter que ver o show naquelas condições e no final minha amiga reclamou com a casa e conseguimos um ingresso pro show de sábado, mas era nos camarotes do Citybank Hall (118), ou seja, longe do ídolo... e longe do guitarrista do Moz por quem tive um crush na hora rs e assistimos duas vezes Moz naquela semana...

Minha amiga continuou triste porque pensou que ficaria naquela parte de dentro entre o palco e a plateia, mas para vender mais ingressos não havia aquela parte. Ela ficou hiperchateada que nem quis assistir o show todo... uma lástima...
pelo menos guardei uma camiseta do show...


E assim se encerrou 2015, meio triste por aquilo que aconteceu no final...